terça-feira, 20 de abril de 2010

Abril, 25

Um dos meus avôs foi carteiro. Um dia cansado da vida que levava, resolve escrever para os seus colegas americanos para que lhe oferecessem uma motorizada. Assim,  seria capaz de entregar o seu correio nos lugares mais reconditos, em tempo útil. Claro está que a carta nem chegou a sair de Coimbra.
Chamado pelos seus superiores, ficou proibido de trabalhar nos CTT durante 6 meses e foi condenado a  trabalhar na floresta durante o mesmo período de tempo para sustentar a família. Costumam contar que trabalhava de sol a sol, roçando o mato, conjuntamente com outros trabalhadores de quem nunca nada soube porque durante as horas de trabalho não se podia conviver.
Hoje, quando vejo os carteiros distribuirem as cartas de carro, lembro-me de que eu realmente tenho a quem sair! Obrigado avô por nos teres ensinado a pensar à frente e teres feito de nós pessoas íntegras!

Confesso que a data nem me é muito querida, mas tenho de reconhecer que se não tivesse acontecido eu hoje, talvez, não estivesse  a partilhar esta história aqui.
Pena que tenhamos chegado a "isto" que temos. Vem a propósito.


1 comentário:

Emoções disse...

Que história de vida bonita a do teu avô.Gostei muito de ler o que aqui escreveste. São "estas vidas" que nos fazem sentir que por vezes valorizamos pequenos problemas que não são nada.

Obrigada por teres partilhado connosco, Paulinha.