Um dos meus avôs foi carteiro. Um dia cansado da vida que levava, resolve escrever para os seus colegas americanos para que lhe oferecessem uma motorizada. Assim, seria capaz de entregar o seu correio nos lugares mais reconditos, em tempo útil. Claro está que a carta nem chegou a sair de Coimbra.
Chamado pelos seus superiores, ficou proibido de trabalhar nos CTT durante 6 meses e foi condenado a trabalhar na floresta durante o mesmo período de tempo para sustentar a família. Costumam contar que trabalhava de sol a sol, roçando o mato, conjuntamente com outros trabalhadores de quem nunca nada soube porque durante as horas de trabalho não se podia conviver.
Hoje, quando vejo os carteiros distribuirem as cartas de carro, lembro-me de que eu realmente tenho a quem sair! Obrigado avô por nos teres ensinado a pensar à frente e teres feito de nós pessoas íntegras!
Confesso que a data nem me é muito querida, mas tenho de reconhecer que se não tivesse acontecido eu hoje, talvez, não estivesse a partilhar esta história aqui.
Pena que tenhamos chegado a "isto" que temos. Vem a propósito.
1 comentário:
Que história de vida bonita a do teu avô.Gostei muito de ler o que aqui escreveste. São "estas vidas" que nos fazem sentir que por vezes valorizamos pequenos problemas que não são nada.
Obrigada por teres partilhado connosco, Paulinha.
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